Finalizou na última quinta-feira (10) a etapa inicial do 1º Ciclo de Oficinas de formação em legislação antirracismo, garantia de direitos e liberdade religiosa, realizada pela Secretária de Promoção da Igualdade Racial. A capacitação durou dois dias, tendo como objetivo a formação em legislação antirracismo e garantia de direitos das Comunidades Quilombolas.
Os debates foram realizados através dos conceitos sobre a definição de raça, etnia, racismo, intolerância religiosa, desigualdade social, seguindo para a apresentação dos marcos legais sobre a defesa dos interesses das comunidades quilombolas e debatendo suas demandas como conflitos agrários, inclusão produtiva e desenvolvimento das comunidades. O Ciclo de Oficinas que está em sua primeira edição, seguirá com uma vasta agenda que segue até o dia 06 de maio.
O evento que tem como principal objetivo promover a contínua formação dos representantes de órgãos que compõem a Rede de Combate ao Racismo e à intolerância religiosa (21 órgãos públicos e sete instituições da sociedade civil), agradou os participantes com debates informativos, trocando e agregando conhecimento entre os participantes. Para Elis Marina, secretária executiva do conselho estadual de juventude, a primeira oficina irá auxilia-la a compreender melhor a diversidade cultural do público que ela trabalha. “O debate ampliou meu conhecimento, como a juventude é ampla, e a oficina trabalhou com diversos conceitos e contextualizações históricas, saio do evento com mais segurança para lidar e entender a diversidade cultural dos jovens em nosso Estado”.
Representando o Quilombo Mapele, no município de Simões Filho, a bióloga Djanira Silva, afirmou que a SEPROMI atendeu com esse evento uma antiga demanda dos movimentos sociais, que é ressaltar a importância da luta antirracista e passar mais informações sobre os direitos das comunidades tradicionais. “Esse ciclo de oficinas é muito importante. Espero que ele seja levado presencialmente para todos os territórios de identidade, que ainda carecem de informação”, sugeriu a bióloga. A pescadora do município de Remanso, Iranyr Silva, se interessou pela abordagem jurídica que teve no evento e comentou sobre a sensação prazerosa de adquirir novos conhecimentos que vão ajudar a comunidade na luta por suas demandas. “Estou mais fortalecida. Em nossa comunidade temos muitas necessidades e vontade para lutar para que as mudanças sejam realizadas, mas muitas vezes não sabemos como começar. Conhecendo a legislação e os nossos direitos já garantidos em lei fica mais fácil”.
Janine Santos, representante do Quilombo Tororó, disse que se sentiu representada no evento, e as informações transmitidas a deixou ainda mais orgulhosa de ser uma Quilombola. “A partir de hoje, saio com mais compreensão de minha cultura e vejo como ela é linda e precisa ser preservada. Assim que chegar à comunidade vou transmitir esse conhecimento”.
A coordenadora executiva de promoção da Igualdade racial da SEPROMI, Karine Duarte, disse que a proposta iniciada com esse primeiro ciclo de oficinas está atendendo ao objetivo pretendido, tendo em vista o nível qualificado dos debates levantados pelos participantes. “Pretendemos que o conteúdo apresentado nas sete oficinas previstas possa contribuir para a apropriação e alinhamento de conceitos no que se refere ao arcabouço jurídico relacionado à questão racial”, afirmou Karine Duarte.
Fonte: SEPROMI